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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SWU - 09 de Outubro de 2010 - Eu fui!

O primeiro dia do Festival de Música SWU foi algo realmente grandioso. Se antes o público paulista reclamava que não tinham um festival a altura do Rock in Rio, agora podem se orgulhar. O “Woodstock brasileiro” me impressionou pela grandiosidade e organização. Claro que filas enormes na entrada, no banheiro ou na compra de bebidas e alimentos existiram, mas é compreensível quando se tem milhares de pessoas em um evento como esse. E a escolha da Fazenda Maeda, em Itu, foi muito inteligente e sensato por parte dos organizadores, que prometem realizar o mesmo festival todos os anos.

As atrações me agradaram muito, apesar de não poder assistir a todas, uma vez que temos duas ou mais atrações ocorrendo ao mesmo tempo. Não fui ao palco Oi nem nas tendas eletrônicas e, na pausa para aquela tradicional beer e por consequência a ida ao banheiro, acabei perdendo também parte dos shows nos palcos principais.

A primeira banda a entrar no palco Água foi Brothers of Brazil. Formada pelos irmãos Suplicy, os dois conseguiram levantar a galera que ainda estava dispersa e outros que ainda estavam entrando, tocando musicas próprias e alguns covers. Na sequência, subiu no palco Ar o Quarteto goiano Black Drawing Chalks, tocando um Hard Rock cheio de peso e atitude. Logo depois foi a vez do Power Trio vinda de Cuiabá chamado Macaco Bong, apresentando um rock instrumental muito bem trabalhado.

O ponta pé inicial internacional foi do Infectious Grooves. A banda de funk metal americana liderada pelo vocalista do Suicidal Tendencies, Mike Muir, agitou o público na tarde fria de Itu e até chamou alguns fãs ao microfone para cantar. Assim que a noite chegou, os Mutantes deram o ar da graça e logo em seguida os Los Hermanos se apresentaram, finalizando a participação das bandas brazucas do dia 9.

A última atração do palco Aguá foi o grupo The Mars Volta. Apesar de não interagirem com a plateia e terem seu usual comportamento antissocial, a banda agradou o público apresentando um estilo unico, com um rock experimental, alternativo e progressivo ao mesmo tempo. Com o instrumetal impecável liderado pelo guitarrista Omar Rodriguez-Lopes e o vocal potente Cedric Bixler Zavala, eles tocaram musicas como “Cicatriz ESP”, "Goliath", “Broken English” e “Roulette Dares”, todas elas muito bem executadas cheias de improvisos e performance. Uma pena que tenha durado tão pouco.

Mas nada era tão aguardo naquela noite como o Rage Against The Machine. Pela primeira vez tocando no Brasil, assim que Zack De La Rocha, Tom Morello e Cia começaram os primeiros riffs de “Testify” o mar de gente pulando e cantando é indescritível. Comprovei nesse dia que não dá para apenas escutar o RATM. O som, a atitude e a raiva oferecida pela banda deixou todos aqueles presentes ensandecidos. Tanto, que logo na terceira música, a banda foi obrigada a parar e pedir para o público se afastar um pouco, pois a estrutura na frente do palco estava comprometida. Não bastasse essa pausa, enquanto eles tocavam “Know your Enemy” o som direcionado ao público parou de funcionar e enquanto a banda continuava tocando, boa parte do público ficou sem ouvi-la. Mas a energia era tanta que isso pouco importou. Dali pra frente não houve mais problemas e a apresentação foi tudo aquilo que os fãs queriam e mais um pouco.

Sempre com o envolvimento e engajamento as manifestações populares que lhe é de costume, Zac ofereceu a música “People of the Sun” aos integrantes do MST (Movimento Sem-Terra) e depois continuou disparando seus rits: “Bulls on Parade”, “Wake Up”, “Guerrila Radio”, “Sleep Now in the Fire”, “Bullet in the Head”… foi uma sonzera atrás da outra. E todos aqueles que esperavam os gritos rasgados e cheio de fúria do Zac De La Rocha, o som da guitarra inconfundível e de estilo próprio de Tom Morello, o baixo potente de Tim Commerford e a batera de Brad Wilk, sairam da Fazenda Maeda satisfeitos. As duas últimas musicas do show “Freedom” e “Killing in the name” parecem ainda ecoar no ouvido desse fã que não se arrepende de nenhum centavo gasto nesse show. Sensacional! Alucinante! Enlouquecido! Fantástico! Energético! Louco, burro e filosófico!
Eu testemunhei!
Eu estive lá!


Um comentário:

Robson Assis disse...

Cara, grandioso realmente é a palavra.

Vi o Infectious Grooves (e só descobri na hora que o vocal era o Mike Muir, o Los Hermanos que nunca tinha visto e, apesar de seus fãs insuportavelmente chatos é uma banda ótima ao vivo e o Mars Volta que queria ver faz tempo pra compensar não ter mais a chance de ver o At the Drive In ao vivo. E cara, só de lembrar da sirene tocando e da estrela vermelha, me arrepio. Se o Rage Against voltar ao Brasil 30 vezes vou assistir todas.

Não deu tempo de falar tudo isso no Pedra Branca aquele dia, hehheh..

Abração

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