Deixando de lado velhos jargões
como “nem sempre ganha o melhor time” ou “quem não faz, toma”, o resultado do
jogo não diz o que foi o jogo de ontem.
A seleção brasileira teve quase o triplo de chutes a gol, maior posse de
bola, um primeiro tempo que não precisou do seu goleiro, superioridade em quase
todos os quesitos que, aos olhos da arquibancada, mereceram vaias e aos dedos
da maioria da imprensa, merecem duras críticas.
O Felipão armou uma equipe
ofensiva, com Neymar e Hulk alternando posições e Fred centralizado, com Oscar
armando e Paulinho chegando bem de trás, além de uma zaga jovem e técnica, como
há muito não se via. Isso sem contar as opções de banco, como Lucas, Dante, Fernando,
Bernard, Hernanes, etc. Mas isso não foi o suficiente para superar o forte
sistema defensivo e tático da seleção inglesa, que se limitou a jogar no
contra-ataque, com a velocidade de Walcott e o talento de Rooney.
No aspecto geral, na convocação
talvez a maior dúvida seja incluir ou não Ronaldinho Gaúcho e/ou Kaká. Na
escalação, para mim o único erro grave do Scolari é deixar o Marcelo no banco.
Sou fã também do esquema 3-5-2, que o Luiz Felipe aplicou tão bem em 2002 e tem
elenco para fazer isso hoje.
Thiago Silva, Dante e Davi Luis,
um pouco a frente, na zaga. Com isso, permitiria o técnico colocar dois
volantes com mais saída de bola, chegada na área e chute de longa distância,
como Paulinho e Hernanes. Esse sistema favoreceria o apoio ao ataque e a
habilidade dos laterais Marcelo e Daniel Alves, que são mais ofensivos que
defensivos. Oscar na armação, Neymar e Fred no ataque. Sendo que, para esses
três últimos, teríamos excelentes opções no banco como Lucas, Hulk, Bernard,
Ronaldinho e/ou Kaká. Permitindo até que um desses entre no lugar de um
zagueiro ou volante, caso precise mudar o esquema durante o jogo.
Voltando ao meu amor e a minha
confiança incondicional, fico com muita raiva vendo a torcida vaiando o time,
chamando o técnico de burro e aplaudindo ironicamente o time adversário. Façam
isso mesmo e esperem mais 60 ou 70 anos para a próxima Copa aqui no Brasil ou se
permitam a gentileza de mostrarem suas insatisfações em casa, na frente da TV,
e deixem os ingressos para quem realmente gosta do Brasil e saiba torcer pelo
time, ganhando ou perdendo.
Sobre a imprensa, suas críticas e
palpites, eu dou de ombros. Estamos aqui para lermos e ouvirmos o que quisermos
e cabe a nós acreditar ou não no que eles dizem. Infelizmente, a única coisa
que vejo dessa “imprensa especializada” são a falta de incentivo e a descrença sobre
o trabalho da seleção. Então alguém me diz: “o jornalista tem que ser imparcial
e apenas relatar os fatos como eles são”, e eu digo: “onde está sua imparcialidade
na hora de falar os fatos do seu clube de coração?”
Por tudo isso, eu acredito no
Brasil!
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